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Be Nice

Ao entrarmos numa livraria em qualquer ponto do país podemos muito bem passar pelos livros da Rosa Cardoso e ter uma vontade imensa de replicar as fotos maravilhosas dos livros “A Sair do Forno” e “Para Comer à Colher”.


A Rosa é a criadora do Blog Be Nice Make a Cake, Chef Pasteleira, Cake Designer e Formadora de Pastelaria e Técnicas de Cake Design.


Os livros já estão a embelezar a minha estante no atelier, mas quem é a pessoa por trás da Be Nice Make Cake?


“Eu sou a Rosa. Nasci em Coimbra e lá vivi durante muitos anos.

Tenho muitas recordações da minha infância ligadas à cozinha, porque sempre vi a minha mãe a cozinhar, especialmente em dias de festa em que havia sempre grande movimento na cozinha. Recordo ver a minha mãe e avó a amassarem e cozerem a broa no forno a lenha; de as ver a fazerem queijo-fresco com o leite que tiravam das cabras; e claro, o melhor aroma de todos: bolos e arroz doce."


És autora de um blog de referência, como surgiu?


“Quando fui viver com o Pedro, só tinha um livro de culinária, e foi com ele que fui fazendo algumas experiências. Na altura, e como era uma novidade para mim cozinhar coisas como: risotto, ia fotografando. Mas atenção, essas fotografias começaram por ser com um ipad mini que tinha na altura. Só mais tarde comprei uma máquina profissional. O blog nasceu nessa altura em que comecei a ganhar gosto por experimentar coisas novas na cozinha e de as fotografar para mais tarde consultar."


Estudaste Arquitectura, como aconteceu esta mudança para a pastelaria?


“Em determinado momento acabei por ficar desempregada e inscrevi-me no Centro de Emprego onde tinham muitas formações gratuitas em várias áreas.

Sem pensar muito, e como já tinha o blog “Be Nice, Make a Cake”, frequentei várias formações na Escola de Hotelaria de Coimbra, tais como: cozinha tradicional portuguesa, cozinha molecular e claro, pastelaria. Nessa formação de pastelaria, conheci um chef que dava aulas num curso especializado: Gestão e Produção de Pastelaria na Escola de Hotelaria e Turismo de Óbidos, e foi assim que lá fui parar. Foi lá que me apaixonei pelas massas lêvedas e por todos os processos mágicos de amassar pão, mesmo cheia de calor por causa de todos os fornos ligados do início ao fim do dia.

Trabalhei em pastelarias de rua e hotéis, onde aprendi a sobreviver no mundo louco da hotelaria.

O amor pela pastelaria já existia porque sou gulosa, mas fiz aquela primeira formação e só tinha levado uma folha A4 para escrever. Nunca desejei tanto ter um caderno gigante para escrever tudo o que o chef ia dizendo. A quantidade de informação nova que entrava nos meus ouvidos, fez-me querer aprender mais e assim foi.

Depois de ter o Curso de Pastelaria e alguma experiência, comecei também a fazer bolos de aniversário e casamentos. Acho que a minha experiência nas artes e na arquitectura influenciou para que tivesse outro olhar para o design dos bolos e das sobremesas."


Como foram os primeiros tempos a trabalhar sozinha?


“Os primeiros anos são sempre difíceis na medida em que tens de experimentar muitas coisas e gastar dinheiro por conta própria, antes de realmente começar a ter algum lucro. Depois de já estar dentro do mercado e com mais experiência, acabei por ser convidada para dar formação de pastelaria em algumas lojas de Cake Design, e é uma expêriencia maravilhosa poder partilhar o conhecimento e aprender também com todas as pessoas que participam.”


Depois da caminhada pela formação e experiência no mercado de trabalho vieram os livros, um marco importante na carreira.


“Ainda eu estava no Curso de Pastelaria em Óbidos em 2012 e já tinha recebido alguns convites de editoras para fazer um livro. Mas foi só em 2020 que realmente me senti preparada para o fazer, depois de receber o convite da minha editora. A ideia da editora era que tivesse receitas de pão e bolos, e no geral tudo o que fosse feito no forno. E foi assim que aconteceu o meu primeiro livro: “A Sair do Forno”.

Os resultados das vendas foram muito bons e por isso a editora convidou-me para fazer o segundo livro, agora com coisas mais frescas para os dias quentes. Foi assim que surgiu o: “Para Comer à Colher”, um livro muito bonito recheado com deliciosas sobremesas para todos os gostos.

Para além de receitas e fotos, os dois livros estão enriquecidos com várias ilustrações do Pedro, o meu companheiro, que vão ajudar as pessoas a perceberem melhor algumas técnicas fundamentais na pastelaria. A minha receita preferia do primeiro livro é a Massa Brioche, por ser muito versátil; e a do segundo livro é o Arroz Doce por ser uma sobremesa sempre presente durante a minha infância e vida adulta.”



E planos para o futuro?


“Não gosto de fazer planos a longo prazo, ainda por cima nesta fase em que estão sempre a acontecer contratempos no mundo e que influenciam o rumo das coisas. Mas se os meus seguidores continuarem a mostrar interesse, penso que poderá haver outro livro, porque a pastelaria é um mundo e eu tenho muitas ideias para por em prática e partilhar.

Continuo a trabalhar como Cake Designer e Formadora, duas coisas que eu amo fazer. Gosto muito do contacto com as pessoas, de partilhar o meu conhecimento, de aprender com elas. Mas o que mais gosto é de as encorajar a arriscar, a não terem medo de errar, o primeiro bolo nunca vai ficar perfeito, mas é uma arte que precisa de muita prática e alguma paciência.”


Um conselho para quem nos lê?


“A frase que eu costumo partilhar nas minhas formações é:


“A repetição faz a perfeição.”

Aprendi com a minha PT nos treinos, porque em todas as áreas é preciso dedicação, persistência, alguma teimosia e foco. Muitas vezes vai apetecer desistir, chorar, abrandar, mudar de rumo, e está tudo certo. Não procurem a “papinha” toda feita. Se precisam de saber quantas fatias dá um bolo com 16 cm de diâmetro, têm de fazer um bolo com 16 cm de diâmetro e corta-lo, e comê-lo, e avalia-lo. É assim que se aprende. Também acho importante seguir a nossa intuição e principalmente descobrir o nosso estilo, seja na pastelaria, como em qualquer outra área. Evitar o copy/paste, mas desenvolver uma linguagem que seja nossa. Muitas vezes as redes sociais podem ser um inimigo quando queremos procurar inspiração, porque acabamos por copiar outros estilos. Procurem inspiração no vosso dia-a-dia, nas vossas raízes, nas pessoas que estão ao vosso lado.

"E quando já não fizer sentido continuar, está tudo bem. A vida está sempre a mudar."


E para nos despedirmos uma receita do livro Para Comer à Colher:


Pudim Fácil de Chocolate


Vai precisar de:


  • 370g de leite condensado

  • 50g de cacau em pó 100%

  • 50g de cacau em pó 50%

  • 20g de mel

  • 4 ovos

  • 800g de leite meio-gordo

  • 1 colher de chá de pasta de baunilha

  • Manteiga para barrar a forma


Coloque todos os ingredientes num processador de alimentos e pressione até ficar tudo bem misturado e homogéneo.


Pré-aqueça o forno a 180ºC. Barre a forma com manteiga e coloque o preparado.


Prepare um tabuleiro com água, onde caiba a forma do pudim, para o cozer em banho-maria.


Leve ao forno a cozer durante 30 a 40 minutos. Faça o teste do palito até sair quase limpo.


Retire do forno e deixe arrefecer completamente. Leve ao frigorífico durante 1h e desenforme. Sirva bem fresco, simples ou acompanhados por frutos vermelhos da época.



Espero que tenham gostado de ler um pouco mais sobre a Rosa Cardoso. Podem encontrar na Rosa no Instagram e no blog Be Nice Make Cake.



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